quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

PARA UM SABOTADOR DE ILUSÕES ALHEIAS

Vejo os carros correrem pela avenida abaixo dos meus olhos e lembro-me de ti, a me fazer um singelo afago em minha nuca me fazendo pensar, dubiamente: será que é amor?
Eu, que quetinho estava em meu canto, possivelmente pensando em um conto e você, jovem de sorriso sedutor, a me despertar pensamentos que eu jurava já estarem sanados. Que caralho de cancer é esse meu deus? Por que não só uma fodinha casual? Ou, quem sabe, duas fodinhas causais? Tá bom, três fodinhas e não se fala mais nisso.
Pra que querer minha inteligência se não vai saber o que fazer com ela?
Gente, eu não estou apaixonado. Mas tenho medo de me apaixonar e acreditar que você é um príncipe encantado mesmo sabendo que você é, na verdade, um sapo. Um carente é assim, sabe? Idealiza o homem ideal em qualquer coisa. Até em poste.
Falo isso por que já fui um. Ou sou?
Sérgio Santal

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O REAL PRIMEIRO PORQUINHO

Sou um dos três porquinhos. É sério, não riem. Talvez o primeiro, não mencionado na fabula conhecida por todos. Sou aquele que o lobo soprou a casa primeiro. A casa feita de pespectivas.
O primeiro porquinho (na verdade o segundo, o da casa de palha) fechou a porta na cara desse porquinho, pôs achava um absurdo uma moradia feita de pespectivas e, depois que o Lobo derrubou sua sublime casa feita de palha, fugiu para a casa do segundo e os dois, depois que o lobo pôs a casinha de madeira no chão, correram para a casa do terceiro.
Os três trancafiados na segura casinha de tijolos e o real primeiro porquinho (eu), não teve o apoio do segundo porquinho (aquele que vocês consideram o primeiro) e por isso vaga só pela floresta; pois nem o lobo mal o quis.


Sérgio Santal.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NOITE JÁ

Estar triste, e não consegue chorar. Olha pela janela e fitar as estrelas é o seu único consolo. O cara da pastelaria; o cara do supermercado; o rapaz da cerâmica...
O rapazes. Os caras. Em que momento achou que eles poderiam querer algo do âmbito afetivo com ela: (foi uma indagação, embora o paragráfo não tenha findado com com um ponto de interrogação; foi uma pergunta.)
Sai da janela e vai até o espelho. Pára. Fitá-se. Rercua do espelho e chega próxima a janela novamente. O que era pior? Contemplar as estrelas ou a si mesma?
Angusta (...)
Foi até o banheiro com o intuíto de urinar. E enquanto urinava ficou a pensar: qual dos confrontos era o pior? O com as estrelas ou o consigo mesma?
Saiu do banheiro indo para o quarto.
Fechou a janela cuidadosamente para, depois disso, jogar o seu espelho no chão. De longe, via os cacos lançados no chão. Temeu se ver multiplicada. Voltou para o banheiro e adormeceu sentada no vaso sanitário.
(Sérgio Santal - trecho de um romance meu, ainda sem título)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

NÓS (Eu, você e todos nós)

Que vontade de chora.
Por mim,
por você,
por nós.
Nós, pobre seres:
Nós, seres:
Nós, seremos:
Nós, algo de um todo.
Nós que choramos, tal como um bobo.
Nós. O que será?
Nós. Por que não ser?

(Em frente ao teatro Nelson Rodrigues. Noite quase fria, RJ - Sérgio Santal)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

(...)

O que somos nós senão lembranças dos outros?
Ontem vi um senhor subir a rua defronte a minha casa. Era fim de tarde e ele subia pesado. Eu o via subir. Hoje eu ainda me lembro dele, amanhã, talvez, me lembre, mas e depois?
Viver é irrelevante. Ontem (quase dez anos atrás) tive um grande amor que me motivava a pensar poéticamente. Ele estar morto e a sensação que me sonda é que perdi meu tempo. Hoje ele é lembrança, amanhã ou depois será eternidade.
O que queremos dos outros e o que queremos de nós? Ontem tive ganhos que hoje não tenho mais. Valeu a pena lutar por aqueles ganhos? Irá valer a pena batalhar por alguma coisa nesta vida se amanhã ou depois podemos perde tudo?
Somos pequenos. Dããã! Que conclusão genial! Não cabe em nós tantas vitórias. Então elas (as conquistas) se perdem por que sabem que não há nessa ou naquela existência, lugar para elas.
Somos saudades dos outros. Não somos amor nem ódio. Somos saudades. Saudade representante oficíal do tempo. Temos saudade do futuro. Pois pespectiva é um modo diferente de ter saudade.
Gente, acho que descobri o que é o tempo!


(Sabádo melancólico, Sérgio Santal)

domingo, 17 de outubro de 2010

"QUERO DANÇAR COM VOCÊ! DANÇAR COM VOCÊ!"

Basta uma razão. Uma única só razão para eu me arrumar todo. Por a minha melhor roupa. Enfim, me fazer por bonito e brincar de seduzir. Jogar com os artifícios do encontrar alguém. Pensar em namorar. Seria perfeito: ambos atores, ambos compátiveis, segundo nossos amigos em comum. Vou contar até um. Pois contar até dez levaria um tempo enorme e quando eu chegasse no oito, padeceria de transtorno com a possibilidade de você se afastar antes mesmo de me beijar. Então não vou contar. Vou falar, talvez, o que eu quis te dizer naquela festa e as circustâncias não me deram brechas:
Ei, você dança de uma maneira encantadora! Quer dançar comigo?

Sérgio Santal
(ao menino da Martins Pena que, dizem, parece muito comigo)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Trecho do conto - "QUARTA FEIRA DE MINHAS CINZAS"

Anos passaram e ela, bem velhinha, continuou a repetir aquele ritual em todas as quartas feiras de cinzas. Esperava-o. Sempre dizendo ao filho que seu pai era um pierrô, que não podia está com eles porque sua missão era celebrar a alegria. E quando a alegria do mundo findasse, o que não estava muito longe de acontecer, ele viria morar com eles e o carnaval ganharia mais um dia no ano.



(Sérgio Santal - do livro de contos "Pulhas")

sábado, 25 de setembro de 2010

PARA UM ESCROTO FILHO DA PUTA

Puta que pariu! Olha está morrendo o que nem bem chegou a existir. Está morrendo o que poderia ter sido e, acho, nunca será.
Namorados se pegam olhando-se ávidos por um beijo. Namorados se ligam, em plena madrugada, para ratificar suas saudades. Namorados são assim. A gente não.
E o pior disso tudo não foi ter gastado, sem poder, quinze reais num motel xexelento no centro da cidade e comer o seu cu disforme. O pior mesmo foi ter gastado um real numa rosa vermelha e ter te entregado numa tarde de quinta-feira acreditando na máxima de Fernando Pessoa que dizia:
“Todas as cartas de amor são ridículas”
Você nem deve conhecer Fernando Pessoa. O que comprova nossa inaptidão para estarmos juntos. Você não o conhece mais eu te digo mesmo assim:
“Ridículo foi você, que não soube aproveitar a minha companhia e só queria saber de me chupar.”


Sérgio Santal

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

DO QUE EU GOSTO E NÃO GOSTO (Uma entrevista)

No seu livro de contos "Pulhas" você descreve, em um dos conto, a noite de sábado como uma tormenta. Por que você não gosta de sábado á noite?
- Porquê é um dia e uma hora forçosamente eufórica. Tal como o carnaval.

Então você não gosta de carnaval?
- Ah, eu já respondi isso...

E a sua história com São Longuinho...?
- É...

Você é devoto dele?
- (risos) Digamos que sim.

Por quê?
- É o unico santo que olha por mim. É a prova cabal que o divino está comigo. Eu perco, peço e sou atendido... Onde quer que eu esteja eu pulo em agradecimento.

És católico?
- De jeito nenhum! O catolicismo não tem variante. E tudo que não se renova não me atrai...

Dê exemplo de algo que se renovou em você.
- Ontem eu usava "terno" e "gravata". Hoje eu uso colete xadres e sandália de couro.

A que ou a quem você atribui essa mudança?
- Entendi que a liberdade é inerente ao ser humano.

O que é ser livre dentro do seu conceito?
- É ter a consciência de que a sociedade te reprime por que é mesquinha. Mas você, quanto indivíduo, não pode se censurar. Quando alguém faz uso da liberdade que Deus nos deu, o mundo evolui em um por cento.

Além de fazer uso da liberdade o que falta para a humanidade evoluir?
- Respeitar o silêncio do outro.

O outro te instiga?
- Sim. Por que é mesquino, hipocrita e mediocre . E também por que é capaz de inventar coisas como o celular!

Te apavora a evolução do homem neste sentido?
- Me apavora. A nossa existência se resume a esse aparelho. Há um temor coletivo-moderno que me soa estranho... E esse temor é o medo de ter perdido o celular. Nos apavoramos com essa possobilidade! Mas na verdade não nos apavoramos com o medo de perder um aparelho de merda e sim com o medo de perder o contato com o outro que é o que esse aparelho nos proporciona. A globalização está nos unindo... De manira torta, mas está nos unindo...


(...)



(Sérgio Santal, para uma entrevista concedida a um grupo de estudantes)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

COLEGAS

Porque sou um bom escritor?
Oras, desde que descobri a palavra, ela tem sido o meio e o recurso para eu ser um pouquinho amado neste mundo onde não se ama e nem se é amado.
Quando entrei na adolescência, escrevi uma novelinha inspirada no meu ambiente escolar. A novelinha, ao ser lida pelo meu irmão, foi elogiada por este e, depois e casualmente, uma amiga minha começou a ler a tal novelinha em minha casa. Deu a hora de ela ir embora e ela não tinha concluído a leitura. Pediu-me para terminar a história na casa dela. Consenti e dei á ela outras novelinhas que eu havia escrito. Semanas depois, ao visitá-la em sua casa, uma gratificante surpresa: toda a sua família e alguns vizinhos, tinham lido os meus textos e gostado deles. Comentavam sobre os personagens com tamanha íntimidade que saí de lá me sentindo um gênio! Poderia dizer um Machado de Assis se na época, eu tivesse lido pelo menos o romance "A mão e luva", mas, como eu não tinha contato, ainda, com a sua obra; saí de lá me sentido um Sidiney Sheldon.
Uns anos depois, um pouco mais amadurecido, conquistei um namorado para uma amiga minha. Ela me pediu que eu escrevesse uma carta bemmmm bonita para um certo garoto da sexta série. Escrevi a carta, carregada de romantismo e inspirada nas minha leitura de romances de banca de jornal e, dois dias depois essa minha amiga estava namorando o rapaz. Passei a escrever cartas para essa colega de escola. Ora para ela se desculpar com a mãe, com quem ela não falava a um tempo. Em outra ocasião, escrevi uma carta de rompimento de namoro. Ela se encheu do tal carinha e terminou com ele através das minhas palavras.
Já fazendo teatro, só que na escola, conheci um outra colega que nunca vi em minha existência! Nos correspondiá-mos através da mesa que dividiá-mos na mesma sala de aula, só que em horários diferentes. Ela estudava á tarde e eu de manhã. Naquela época eu tinha o hábito de escreve na certeira onde eu punha o caderno, poemas e anotações acerca do mundo e seus habitantes: nós. Um dia essa minha amiga, que eu nunca vi em minha vida, leu esses meus textos sobre a mesa e escreveu, naquela mesma mesa, um elogio para a minha maneira de escrever e fez até algumas críticas construtivas sobre a minha visão de mundo. Nos correspondemos, via carteira escolar, até o ano letivo findar e, volto a repeti: NUNCA VI ESSA GAROTA NA MINHA VIDA.
No início deste ano, publiquei meu primeiro livro: "Pulhas" e minha recompensa maior é saber que pessoas que nunca leram um livro na vida, passaram a ter gosto por esse hábito através do meu pensamento e da minha palavra.
E tenho dito. Amém.
Sérgio Santal

sábado, 28 de agosto de 2010

UM BARQUINHO E UM VIOLÃO... (Por que este título?)

Dois pontos para eu confessar: SOU FÃ DE PRAÇA! Um presente do homem para o homem. E isso do ser humano presentear ser humano, é coisa rara. Praça: um lugar em meio ao caos civilizado, para o homem senta e relaxar! Ter um instante de silêncio e se localizar no mundo.
Há domingos que eu, logo depois de acordar, vou até a pracinha que tem na esquina aqui de casa. O faço para conhecer melhor minha vizinha sem fazer uso da palavra. Já que sou tímido e fui muito maltratado pelo meu semelhante para perder meu tempo com conversas que não irão findar em afeto. Mas isso que escrevo não é uma confissão de menininha que escreve diário e sim um relato, quase uma ode ao meu respeito por praças.
Falava na pracinha aqui perto de casa e não quero fugir do meu objetivo inicial. Há silêncio nela. Não há árvores, mas ela é tão pacífica que o sol nunca é quente. Até meninos jogando futebol sobre o seu chão não tira o encantamento desta praça. Quase posso ouvir Chopin em pensamento ao está nela. Ao contrário de outras que não posso passar por perto tamanho é o fluxo comercial, o uso do rádio, o falatório da massa ultrapasando o limite do bom senso!
As praças deviam ser preservadas dos eventos sociais. Nas praças deviam acontecer somente os manifestos individuais.

Sérgio Santal

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SEM VERGONHA DE PERTENCER A CASAS BAHIA

Se você é um mediocre, Parabens! Além de não precisar trabalhar o intelecto, transbordando em pensamentos originais, quisá geniais; você ainda é aceito pela massa que te ver como um igual e passa a lhe querer bem.
Um mediano tem certos privilégios, pode acreditar! Pois ele entra para a instituição gostando de futebol e pulando carnaval. Só que, para desespero de Deus, o mediano vira mais uma geladeira no mercado: mais um eletro-eletrônico branco, que produz gelo.
Sérgio Santal

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Á ELE, QUE ME SEDUZ

Venha preencher o meu inverno
com verões desconhecidos,
com amores bem sucedidos.
Venha se dizer um cupido.
Desses atrevidos,
que sempre flecham o
coração errado.
Moço:
tome cuidado.
Pois sou um viciado em
amar errado.
Adooooro me ver abandonado,
esperando alguém para me ninar.
Acho que vou me apaixonar!
Por esse seu olhar.
Esse seu jeito cândido
de me
falar:
- (...)

Sérgio Santal;

domingo, 8 de agosto de 2010

DEVANEIO EM FRENTE AO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

E vamos supor: sentados numa cadeira de cinema, assistindo um filme americano da moda, em companhia de outros amigos; nossas mãos se encontraram. Vamos imagina que, com o encontro de nossas mãos, nossos olhares também se fitaram, buscando, um dentro do outro, uma significancia para esse casual encontro físico querendo torná-se químico. Vamos trabalhar na seguinte hipotese: um sorriso brotou de nossos lábios, após os nossos olhos brilharem um para o outro. Fazendo de conta: nossas mãos, apertaram-se ansiosas em se fundirem uma na outra: nossos olhos por pouco não choraram tamanha a emoção desse fato: o sorriso nos nossos lábios foram esquecidos por nós dois e, ao invés de sorriso, nossas bocas resolveram se unirem.
P.S: Sobe os créditos do tal filme. E tudo foi uma hipotese.
Sérgio Santal

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ELES

Os crédulos dizem "aleluia" sem saber o sentido literal dessa palavra.
Os crédulos lêm a biblia sem entender direito de poesia.
Os crédulos falam do apocalipse sem compreender que este já acontece, interna e externamente.
Os crédulos falam dos anjos como algo distante sem entender que, para termos asas basta evoluir.
Os crédulos não se dizem Deuses. Por isso estão longe da eternidade.
Os crédulos andam de bicicleta, quando poderiam estar voando...

Sérgio Santal

domingo, 1 de agosto de 2010

UM TRATADO SOBRE VOCÊ (É, você!)

Em meus braços; entre minhas pernas; pendurado em minha nuca; perdido em meus olhos; meus laços desfeitos; meu mundo imperfeito; você distante; eu em silêncio; você falando; eu em silêncio; você se declarando; eu em silêncio; eu em silêncio; eu em silêncio; é... eu em silêncio; você indo; eu em silêncio; eu em (...); você; eu; silêncio;
Sérgio Santal.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

UM AUTO-RETRATO (Parte 2)

Ele me disse:
- Oi!
E eu me apaixonei...
Sou assim:
Apaixonado,
não
apaixonável.

Sérgio Santal.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"JÚLIA PETROVIT"


Num roupante de sábado, peguei o 284, na praça Tiradentes no Rio de Janeiro, e fui visitar minha amiga, Gabriella Slovick.
Falamos de muitas coisas e, como quase sempre, falamos tambem das dificuldades de se fazer literatura e ter o reconhecimento por isso.
Num dado momento, me queixei:
"Por que não nasci jogador de futebol, Gabi!"
E ela, ainda mais revoltada:
"E eu Sérgio? Por que não nasci Maria Chuteira!"


Nessa mesma noite ela me mostrou o original de seu livro de memórias "Eneida. A Mulher da Caverna", logo na primeira página sua genialidade me tomou de emoção:
"É fato. Quem não detem o conhecimento reafirma o catolicismo."
Recomendo a leitura deste livro, que está disponível para venda no site www.clubedeautores.com.br, para aqueles que admiram o trabalho desta sensível escritora e gostam de lê algo com pespectiva filosófica.
Todas as salvas de palmas para ti, Gabi!

Sérgio Santal





quarta-feira, 14 de julho de 2010

UM AUTO-RETRATO

Me analizando duramente, depois de uma troca de olhares que em nada deu, cheguei a uma conclusão, plauzível, á meu respeito:
Eu sou como uma obra de arte conteporânea. As pessoas sensíveis admiram as suas formas ousadas, suas cores confusas que não levam a lugar nenhum mas dizem tudo sobre o nada; mas nenhum desses amantes da arte de vanguarda tem coragem de levar essa pitoresca obra de arte para a sua casa e colocá-la num canto em sua sala, monstrando-a para as suas visitas.
Por tanto, essa obra de arte, bela em seus contornos estranhos, fica presa em um museu, morfando ao lado de uma múmia assexuada e de uma pintura expressionista assinda pelo Van Gogh.

Sérgio Santal

terça-feira, 6 de julho de 2010

MIL E UMA NOITE PARA UM SÁLARIO MÍNIMO

É surreal. Mil e uma noite vendendo jóia na TV, cobrando uma prestação de mil e 500 reais para um povo que vive de sálario mínimo e, quando muito, compra uma "biju" folheada a ouro para exibí-lo na festa de 15 anos da filha da dona Neide.
É um deboche: esmeraldas, ouro branco e topázios exibídos em horário nobre arrazando com a vida do pobre que vê um programa deste e acha natural. Eu não acho normal esse hábito de achar tudo natural para não ficar chato aos olhos dos outros.
Calmamente a apresentadora diz: - "Relógio de pulso Rolex, todo trabalhado em ouro branco, pelo melhor preço do mercado! Ligue agora que a promoção é finita!" Mal sabe a sem noção que, o povo desta nação compra relógio roubado na rua da Alfedega numa promoção infinita: 10,oo r$ para marcar o tempo.
Uma coisa me faria feliz neste sábado melancólico: um filme antigo, em preto e branco, ou até mesmo um faroeste para tirar do ar um programa tão Trash como esse que eu assisto por falta do "Altas Horas", que ainda não começou...
P.S: Mudo de canal e o que vejo no programa seguinte: Amaury Júnior, num cruzeiro em pleno ocêano atlântico, ao lado de uma perua de sociedade, fazendo propaganda de pró-seco frances. É por essas e outras perólas da nossa TV que eu leio livros.
Sérgio Santal

terça-feira, 29 de junho de 2010

OI, ESSA LIGAÇÃO É GRATUÍTA...

Alô, Wanderson? Oi amigo... Estou com saudades de ti. Sinto falta de alguém e, como sei que você é um dos poucos que consegue me aturar resolvi te ligar para te pedir uma visita. É, eu sei que está ao meu lado não é muito produtivo. Que graça tem de ter uma compainha que não sabe ser compainha e por isso se fecha em seu silêncio não contando piadas? Mas, como eu já o disse antes, sei que você é superior ás minhas excêntricidades e por isso, ao vim ao meu encontro, vai danar a falar: Uni-rio, Contax, acadêmia, minha família... Seu cotidiano colorirá o meu cotidiano tal banal. Por isso, quando puder, venha me ver. Olha, vou desligar porquê o bônus está acabando, tá? Bye, bye e beijitos!

Com todo carinho: Sérgio Santal.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

COMO SE FAZ UM POEMA

Toda poesia nasce da loucura
nasce da tortura
do escrever do poeta.
Os versos são os mesmos,
nada de novo
na rima,
a mesmice ronda a
caneta
que, com penar
faz a primeira linha...
Na intuição do trovador,
morre o poema feliz,
para renascer
na aurora
de quem
o lê pela primeira
vez.

Sérgio Santal

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ADOLESCENTES ERRANTES

Saudades de minha vida, onde eu era um simples cachorro. Outrora eu era um cão, tal como você. Espantosa essa minha afirmação, não é? Mas é um fato.
Saudades - embora eu não me lembre direito - dos meus tempos mergulhado na ignorância, onde minha única preocupação era existir, para assim dá colorido á uma casa que, por ventura, não tinha crianças.
Naquela época. Hoje eu posso sentir essa sensação! Naquela época eu amava por que não havia outro jeito. Eu respeitava por que era o que me restava. Eu era dependente por que assim tinha que ser.
Eu era um ser voluntário no mundo e hoje, perdi esse dom. Eu era mais humano que muitos humanos e hoje trato o amor como um aperto de mão. Perdi minha animalidade. Tenho que penar na minha condição de humano para depois desfrutar da minha condição angelical.
Estou adolescente nessa nossa rota espiritual. Achando que posso tudo na minha condição de humano mas, com medo da minha própria sombra... Desafio o ser que me deu a vida (Ele...) crendo que sei tudo da vida dentro desta minha perspectiva de merda. E, para piorar, ainda uso drogas! Absorvendo a mediocridade que o nosso sistema nos oferecem.
Será que terei uma velhice tranquila, aprontando tanto aos meus "14 anos" de vida espiritual? Será que teremos uma velhice tranquila promovendo tanta guerra em nome de um ideal? Destruindo o nosso lar por, preguiça de arrumá-lo?
Somos adolescentes errantes. E é com lágrimas nos olhos que afirmo isto, pondo um ponto final neste texto.

- Texto escrito com minha cadela sobre o meu colo;
Sérgio Santal

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Á UM ANJO DA GUARDA

Sim, relutei muito mas tomei coragem e estou aqui sobre estas linhas, movido pelo desespero falando-te, ou melhor, escrevendo-te.
Meu amigo, não adianta desconversar e nem negar... Claro que a humildade é uma das muitas virtudes que você tem, caso contrário você não estaria no posto espiritual que você está hoje. Então, ou seja: você vai sempre dizer que não... que não é desse jeito que eu imagino... que eu enxagero... Mas eu sei! Você tem um contato muito aberto com Ele...
Escrevo Ele não por medo ou descrença. Escrevo Ele para manter um suspense digno de literátura.
Sei que parece interesse eu lhe procurar só quando não sei para aonde ir. Mas estou em um estado deprimente, depositando na pessoa errada os meus sonhos romanticos.
Pois bem, aqui vai o meu pedido, imbuído de esperança e fé. Não é nas horas de caos que nós lembramos que há uma fé dentro da gente, capaz de nos enganar, fazendo a gente crê que tudo é possível? Pois bem, é dentro dessa perspectiva, tão humana, que eu lhe peço:
Use essa sua amizade, também comum a minha pessoa, e fale com Ele para agilizar o meu lado afetivo, pondo em meu caminho o homem certo. Apesar de eu ser, tambem, amigo Dele você tem um ponto a frente da minha pessoa: você mora mais perto... Então, ou seja, de novo: use dessa sua facílidade geográfica e diz a Ele que eu almejo alguém que vê beleza no dramático e encanto no melancólico.
Bem meu amigo vou-me indo na esperança de ser atendido. Estarei aqui, na minha vidinha humana, aguardando notícias sua, tá?

Um forte abraço e todas as preces da eternidade para ti;
Sérgio Santal.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

COMO NASCE UMA OBRA PRIMA

A respeito do meu livro de contos "Pulhas":

Soneto da bala perdida

Trabalhei nas eleições destribuindo santinho para vereadora e presenciei o fato: duas bala perdidas acertou duas meninas.

Do Nada

Inspirado numa vizinha que tive. Contemplei o corpo do filho dela, morto no portão de casa e não tive piedade.

Lamentável

Inspirado numa situação pessoal. Sentir fome é cruél!

Lição de Vida

Faltava humanidade no livro. Não sei de onde ele me veio.

Poeta

Inspirado em Kafka: 'Um Artista da Fome'

Silêncio de Coxia

Um momento delicado que vivi com o Wanderson (meu irmão).

Fatal

Bianca minha amiga, sua devoção ao teatro é inspiradora!

Visão Indiscreta

Tive um vizinho que me inspirava pensamentos líbidinosos. Foi a parti dele (meu vizinho) que escrevi este, que foi meu primeiro conto.

Triste Noite de Sábado

Não gosto de sábado á noite e isso basta.

Destino

Uma amiga de colégio me despertou esse pensamento em relação a uma cadela.

Crônica de uma vida assassinada

Gabi, meu anjo! A idéia do suícidio me é - também - alíviante... Mas vale a pena exercitar a paciência.

Redenção Crepúscular

(...)

Pela manhã

Uma vizinha me mostrou suas imperfeições e eu registrei em um conto.

Por tão Pouco

A empregada desta minha vizinha me mostrou suas imperfeições e eu registrei em um conto.

Maria Rô não é Elisa Maria

Quis falar pela Maria Rita.

Pedaço de uma conversa (...) - preguiça de escrever o título todo.

Estamos sempre aptos a aponta os defeito dos outro e esquecemos que possuímos os mesmo males.

A Incompátibilidade dos Versos (Primeiro)

O vazio que há numa troca de diálogo.

Telhado de Vidro

Para Sidney Moura. Hipocrita!

Somos Todos Iguais

A verdade mais óbvia de todas.

Humanidade

Esta cena eu presenciei num carnaval em Ipanema. Foi desolador: Em meio aquela balbúrdia, um miserável em compainha de um vira lata... E eram felizes!

A Incompatibilidade dos Versos (Segundo)

Nossa falta de generosidade e paciência com o próximo.

Testamento

(...)

A Incompatibilidade dos Versos (Terceiro)

(...)

Breve história de amor

Uma redação escolar que eu pus no livro..

Dezembro

Uma história autobiográfica que aconteceu num mês de setembro.

Dilúvio Prenúncio de Outubro

Tentativa fracassada de documentar um fato ocorrido comigo,Tiago e Bernadeth.

Quarta - feira de minhas cinzas

Não gosto de carnaval. Quis mostrar o mal e o bem que ele pode nos trazer.

O precipício como solução

Não sei de onde ele nasceu, mas o acho lindo!

Cláudio

Uma redação escolar que eu adaptei e pus no livro.

Uma noite em Negrito

Inspirado nos tempo que eu morava defronte a um cemitério.

Sérgio Santal

domingo, 30 de maio de 2010

A TRISTEZA É INDOLOR

Talvez, quem sabe, nada seja mais genial que a fotografia. Ela é a nossa memória registrada em um papel. Um sorriso arfante, será um sorriso arfante por várias gerações por que teve o olhar de um ser humano para fazer desse sorriso arfante, eterno.
Pena não se cultivar o hábito de fotografar o sofrimento, pois ele foi fundamental em nosso passado, pois nos ajudou a chegar no futuro. Notem: em um albúm de fotografia, redundâncias sobre uma festa de aniversário, sobre um churrasco - ou 'xurras', se os menos favorecidos intelectualmente preferem da esse nome tenebroso a esse tenebroso ritual; - mas num albúm de fotografia a mais completa ausência da angustia de uma mãe, perante o caixão do filho morto.
A genialidade vira esses romances de banca de jornal, nas mãos de um Zé mané.
Sérgio Santal

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Trecho do conto - "TESTAMENTO"

"(...) De um modo geral deixo, a todos, existências marcadas pelo meu patriarquismo, pelo meu machismo, pela minha ignorância; herdada do meu pai, que a herdou do meu avô... Deixo aos meus entes queridos, um fim de vida mais tranquilo sem a minha presença autoritária, deixo a esperança de uma velhice melhor... Peço aos meus filhos que livrem os meus possíveis netos de uma estadia neste mundo igual a nossa. Deixem eles viverem o que é para ser vivido sem as amarras de uma sociedade que se guia por leis e bíblias (...)"
(Sérgio Santal, do livro de contos - "Pulhas")

segunda-feira, 10 de maio de 2010

SE ODIANDO POR UNS ESTANTES

"Raiva. Daqueles que não a amaram. Daqueles, que só quiseram a genialidade do seu boquete. Dos que só quiseram as maravilhas dos seus orifícios. Dos que a puseram de quatro.
Raiva: Daquelas mulheres que, em algum momento de suas torpes existências, disputaram com ela a magnetude de um cacete.
Raiva: Daquelas bichinhas boateiras que se fizeram de 'mulherzinhas' e não geniais.
Raiva.
Dos lugares comuns: políticos, o calor excessivo, as filas de bancos, o trânsito irritante, á burrice desnecessaria...
Raiva.
Da alegria em demasia. Da tristeza em demasia. De tudo que se faz demasia!
Raiva.
De ter que se entregar ao prazer solitário e não ter ninguém nesse mundo para se entregar á ela.
Raiva.
Das suas fotos. Da sua cama. Das suas calcinhas perfumadas. Dos seus absorventes sujos. Da sua conta no orkut. Do seu celular. Da sua cachorrinha. Da sua caneta.
Raiva.
De si."

- Trecho de um romance em andamento, ainda sem nome;
Sérgio Santal

quinta-feira, 6 de maio de 2010

UM POEMA DE ÓBITO (Para ti, Rafael)

Te amo.
Se você sabe disso,
se você não se importa com isso:
Eu te amo.
Se você vaga por aí.
Se você, aí de cima, olha para mim
Te amo:
com a simplicidade de alguém que esmola,
como um sábio que sensatamente chora.
Eu te amo repetidas vezes.
Eu te amo o mundo
multiplicado por treze.
Eu te amo;
como a falta de razão que há nas reticências.
Eu te amo um paragráfo vazio.
Eu te amo aqui,
ali
e no infinito.
Infinito que te recebe.
Infinito sortudo,
que já tem a sua presença leve.
Eu te amo,
não querendo finalizar essa prece.
Eu te amo agora,
como alguem que não esquece.
Eu te amo,
sem saber de mim
eu te amo sem saber do mundo,
que não o terá mais por aqui.
Eu te amo:
Mil vezes e até mais
Eu te amo
o seu sorriso
os seus olhinhos
e o seu jeitinho...
Eu te amo
sem saber se sou capaz.
Eu te amo.
E isso basta com declaração.
Eu te amo para o mundo
para o tudo,
como um vagabundo,
que se joga no nada e faz uma canção.
Eu; te; amo:
e poderia clamar nestas folhas
para sempre.
Mas há mais o que chorar
e lamentar a ausência do seu olhar,
que não se esquece.

26/04/2010 - já com saudades; (Sérgio Santal)

OUTRORA...

O crepúsculo se fazia presente e você veio até o meu portão com sua 'cafifa' nas mãos me pedir água...
Você pediá-me para eu saciar sua sede e eu não pude dá um fim nesta sua vontade.
Legenda: PASSAGEM DE TEMPO.
Já estudando contigo e absolutamento encantado com os seus predicados, te pedi (em silêncio) para que você matasse minha sede por ti. Você me olhou (assim eu imaginei) e, com toda a certeza, se lembrou da minha desculpa de geladeira descongelada e se negou a sacia minha sede... Sede, entendeu?
Quando conheci o Rafael, ao 12 anos...
(Sérgio Santal)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

DAS VERGONHAS DE SER HOMEM

"Um homem nú é vergonho. Por isso ele (o homem) tem necessidade de se vestir; pois sabe-se igual aos demais de sua espécie e o homem, por mais incrível que isso possa nos parecer, ele quer ser original. Daí os 'rebolations' os 'creus' e tantas outras porcaria que vemos na mídia.
O homem não admiti possuir um pênis ou uma vágina, pois sabe que o seu vizinho também os têm e com as mesmas finalidades e funções: urina e pocriar.
Se fosse possível e para andar com mais conforto, o homem inventária um sexo só para si; para se sentir um especial entre os seus."
(Sérgio Santal)
"O homem se veste para cobrir suas igualdedes."
(Sérgio Santal)

terça-feira, 27 de abril de 2010

PARA VOCÊ QUE ME DETESTA

"Não sei o porquê desse seu ódio para comigo. Será que você pensa que eu cobiço o seu 'sublime' cargo? Ou, então, você acha que eu quero o seu namorado 'gato'?
(rsrsrs)
Não, não... O que eu almejo transcede ao que você é. Eu, com os meus livros, deixo algo para a humanidade, enquanto que você só faz é transitar de um setor público para o outro, fingindo que é alguma coisa e não sendo porra nenhuma que lhe valha.
Então, ou seja: não tem razão para você me odiar tanto assim. Veja bem, eu escrevo poemas, faço teatro, sou bem humorado, leio Niietzsche, esculto bossa nova...
... viu só, você que é tão o oposto de mim, poderia aproveitar melhor minha estadia aqui na Terra e 'sungar' as minhas virtudes, me mostrando o quanto você é inteligente e sabe aproveitar o que Deus põe de deleitoso nesse mundo.
Então, ou seja de novo:
Não perca o seu tempo me detestando, pois isso não atrapalha em nada a minha vida, só atrapalha a sua que, acúmulando tanto desdém dentro de si, vai acabar morrendo de velho aos quarenta e tantos anos..."

(Sérgio Santal)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Trecho do conto HUMANIDADE

"Eram cúmplices. O mendigo e o vira lata sabiam-se inferiores perante á suas raças. E por não terem ninguém no mundo que os dedicasse versos, eles supriam um o vazio do outro."

(Sérgio Santal - do livro "Pulhas")

quarta-feira, 17 de março de 2010

REORTOGRAFANDO-ME

"Descrevendo-me:
Dois pontos.
Devanear...
Reticências.
Meu hoje -
Paragrafo.
Meu futuro!
Exclamação.
Meu ontem
Página virada."

(Sérgio Santal)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

UMA CARTA á ALGUÉM

"As horas passam, eu vejo suas fotos compondo o meu albúm de lembranças e morro querendo... Você sabe o que é isso? Morrer de querer?
Certamente que não... Isso é coisa para náufragados como eu. Você que é belo e basta focar seu olhar em alguém para ter esse alguém, não sabe o que é fazer poesia.
Eu não possuo a sua beleza, por isso tento conquistar com a inteligência. Só que mentes brilhantes não garantem "acaís tomados em pracinha, ao lado de quem se ama"; não vou explicar, aqui, o por que do acaí nessa confissão, mas garanto que ele (o acaí) tem um valor simbólico nessa minha ausência de afeto.
É vespera de carnaval e essa data me remete a uma outra carta, escrita nos meus quinze anos e lançada no seu quintal com a esperança (naquela época eu tinha esperanças) que você a lesse e me amasse á parti de então.
Você leu, mal e porcamente, e me odiou:
Não faz mal, pois o mal já foi feito e me sobrou inspiração para compor livros que você nunca lêrá, pelo simples fato de nada que eu faça te desperte o interesse.
Triste ratificar isso. Mas é fato, essa carta que é um ato, quase um naufrágio nesse mar que não se aguenta.
Sérgio Santal."

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

DEUS SALVE ESSA GENTE.

"... Minha esperança é que essas pessoas, que dividem o planeta Terra comigo, percebam que há alegria menos forçada que o carnaval. Que eles vejam que há, no mundo, pequenas preciosidades que merece o nosso foco bem mais do que essas festividades que 'eles' julgam sádias. Não vejo razão em pular no meio de uma rua fantasiado quando o mundo piora gradativamente, não dando inspiração para samba enrredo; pois isso, em parte, é até elegante... Não seria confortável 'contemplar' na Marquês a tragédia no Haiti, a fome no Brasil e a censsura contra a imprenssa lá na Venezuela. Todas essas catastrofes destribuidas em plumas coloridas e lantejoulas brilhantes; todas essas mazelas humanas recebendo uma interpretação feliz sem ser, de fato, feliz, seria de um mal gosto imperdoável.
Difícilmente o carnaval e as festividades que o acompanham será visto ou tratado como arte, pelo menos não por mim. Pois arte que é arte retrata o real com uma sutil lente de aumento. Uma obra de arte investiga coisas muito mais densas do que entidades do camdoblé, estados e países que não são os nossos e a história do imperio brasileiro...
Ai, Pai nosso que estás no céu... dê a sua cria um pouco mais de senso poético e sabedoria para que esse rebanho deixe de pular no formigueiro ao som desses medonhos sambas enrredos e saibam desfrutar do silêncio, sem o confundir com tristeza.
Sérgio Santal."