sexta-feira, 29 de outubro de 2010

(...)

O que somos nós senão lembranças dos outros?
Ontem vi um senhor subir a rua defronte a minha casa. Era fim de tarde e ele subia pesado. Eu o via subir. Hoje eu ainda me lembro dele, amanhã, talvez, me lembre, mas e depois?
Viver é irrelevante. Ontem (quase dez anos atrás) tive um grande amor que me motivava a pensar poéticamente. Ele estar morto e a sensação que me sonda é que perdi meu tempo. Hoje ele é lembrança, amanhã ou depois será eternidade.
O que queremos dos outros e o que queremos de nós? Ontem tive ganhos que hoje não tenho mais. Valeu a pena lutar por aqueles ganhos? Irá valer a pena batalhar por alguma coisa nesta vida se amanhã ou depois podemos perde tudo?
Somos pequenos. Dããã! Que conclusão genial! Não cabe em nós tantas vitórias. Então elas (as conquistas) se perdem por que sabem que não há nessa ou naquela existência, lugar para elas.
Somos saudades dos outros. Não somos amor nem ódio. Somos saudades. Saudade representante oficíal do tempo. Temos saudade do futuro. Pois pespectiva é um modo diferente de ter saudade.
Gente, acho que descobri o que é o tempo!


(Sabádo melancólico, Sérgio Santal)

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