quinta-feira, 6 de maio de 2010

UM POEMA DE ÓBITO (Para ti, Rafael)

Te amo.
Se você sabe disso,
se você não se importa com isso:
Eu te amo.
Se você vaga por aí.
Se você, aí de cima, olha para mim
Te amo:
com a simplicidade de alguém que esmola,
como um sábio que sensatamente chora.
Eu te amo repetidas vezes.
Eu te amo o mundo
multiplicado por treze.
Eu te amo;
como a falta de razão que há nas reticências.
Eu te amo um paragráfo vazio.
Eu te amo aqui,
ali
e no infinito.
Infinito que te recebe.
Infinito sortudo,
que já tem a sua presença leve.
Eu te amo,
não querendo finalizar essa prece.
Eu te amo agora,
como alguem que não esquece.
Eu te amo,
sem saber de mim
eu te amo sem saber do mundo,
que não o terá mais por aqui.
Eu te amo:
Mil vezes e até mais
Eu te amo
o seu sorriso
os seus olhinhos
e o seu jeitinho...
Eu te amo
sem saber se sou capaz.
Eu te amo.
E isso basta com declaração.
Eu te amo para o mundo
para o tudo,
como um vagabundo,
que se joga no nada e faz uma canção.
Eu; te; amo:
e poderia clamar nestas folhas
para sempre.
Mas há mais o que chorar
e lamentar a ausência do seu olhar,
que não se esquece.

26/04/2010 - já com saudades; (Sérgio Santal)

Nenhum comentário:

Postar um comentário