terça-feira, 6 de julho de 2010

MIL E UMA NOITE PARA UM SÁLARIO MÍNIMO

É surreal. Mil e uma noite vendendo jóia na TV, cobrando uma prestação de mil e 500 reais para um povo que vive de sálario mínimo e, quando muito, compra uma "biju" folheada a ouro para exibí-lo na festa de 15 anos da filha da dona Neide.
É um deboche: esmeraldas, ouro branco e topázios exibídos em horário nobre arrazando com a vida do pobre que vê um programa deste e acha natural. Eu não acho normal esse hábito de achar tudo natural para não ficar chato aos olhos dos outros.
Calmamente a apresentadora diz: - "Relógio de pulso Rolex, todo trabalhado em ouro branco, pelo melhor preço do mercado! Ligue agora que a promoção é finita!" Mal sabe a sem noção que, o povo desta nação compra relógio roubado na rua da Alfedega numa promoção infinita: 10,oo r$ para marcar o tempo.
Uma coisa me faria feliz neste sábado melancólico: um filme antigo, em preto e branco, ou até mesmo um faroeste para tirar do ar um programa tão Trash como esse que eu assisto por falta do "Altas Horas", que ainda não começou...
P.S: Mudo de canal e o que vejo no programa seguinte: Amaury Júnior, num cruzeiro em pleno ocêano atlântico, ao lado de uma perua de sociedade, fazendo propaganda de pró-seco frances. É por essas e outras perólas da nossa TV que eu leio livros.
Sérgio Santal

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