segunda-feira, 20 de maio de 2013

UMA FOFA




   Ela era fofinha. Companheira mesmo, dessas que fazem festinha quando um dos dois entra pelo portão da casa. Vez em quando, quase sempre, pedia atenção com a patinha, ou, abruptamente, pulava no colo de um ou de outro. Era um amor e queria amor.
     Mas os tempos eram difíceis. Eles, recém-casados e desempregados, tiveram que trocar de casa indo para uma quitinete, onde o aluguel era mais barato. Deram a lindinha para fulana que era amiga de sicrana e que beltrana jurou que era de confiança.
     A fofinha morreu de depressão. Os anos passaram e o casal a trocou por um gato.

(Sérgio Santal)

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