quarta-feira, 22 de maio de 2013

DELICADO CASO DE AMOR E MORTE (01)


É preciso, primeiro, que fique registrada essa imagem, digamos que hedionda, para que essa história possa sair dessas primeiras linhas. Um homem morto. Que peso teria essa imagem na sua consciência se você se deparasse com um na sua frente? Bem, o seu Agripino, ao abrir a concessionária naquela manhã, ficou em estado de choque e nunca mais conseguiu dormir desde então. O seu patrão, César Amarante Paz, levou três tiros no peito e ele, seu Agripino, foi a primeira pessoa a encontra-lo naquele estado vulnerável: cadavérico.
Assim que se deu conta do que tinha visto, Agripino recuperou o juízo e fez o que qualquer pessoa sensata faria em seu lugar: chamou a policia. Lógico que o seu patrão foi assassinado, e descobrir o autor do homicídio seria do interesse não só dele, que o respeitava bastante, mas, também, do interesse da família do recente falecido, principalmente dos seus irmãos: Mário e Luiz Amarante Paz, seus sócios no recente negócio da família: uma concessionária na zona sul carioca. E, por isso mesmo, principais interessados em sua morte.
Agripino tirou essa breve e nefasta suspeita da sua cabeça e pegou o aparelho telefônico, discando o numero da policia. Claro que mais tarde se desculparia com os outros irmãos, por está usando o telefone da firma sem a autorização de seus donos. Mas o caso era de extrema urgência e, com certeza, eles iriam entender o porquê do “abuso”. Depois de comunicar a policia o ocorrido, Agripino teve a segunda atitude sensata do dia: comunicar o triste acontecimento á família do morto. A viúva do seu César teve a seguinte reação ao ouvir o que o funcionário havia lhe dito. Ela gritou para ele, vivida e loquaz: — Assassino!

(Em breve a segunda postagem. Será mesmo aquele humilde homem autor do brutal assassinato como a viúva afirmava?)

Sérgio Santal

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