É preciso, primeiro, que fique registrada
essa imagem, digamos que hedionda, para que essa história possa sair dessas
primeiras linhas. Um homem morto. Que peso teria essa imagem na sua consciência
se você se deparasse com um na sua frente? Bem, o seu Agripino, ao abrir a concessionária
naquela manhã, ficou em estado de choque e nunca mais conseguiu dormir desde
então. O seu patrão, César Amarante Paz, levou três tiros no peito e ele, seu
Agripino, foi a primeira pessoa a encontra-lo naquele estado vulnerável:
cadavérico.
Assim que se deu conta do que tinha visto,
Agripino recuperou o juízo e fez o que qualquer pessoa sensata faria em seu
lugar: chamou a policia. Lógico que o seu patrão foi assassinado, e descobrir o
autor do homicídio seria do interesse não só dele, que o respeitava bastante,
mas, também, do interesse da família do recente falecido, principalmente dos
seus irmãos: Mário e Luiz Amarante Paz, seus sócios no recente negócio da
família: uma concessionária na zona sul carioca. E, por isso mesmo, principais
interessados em sua morte.
Agripino tirou essa breve e nefasta
suspeita da sua cabeça e pegou o aparelho telefônico, discando o numero da
policia. Claro que mais tarde se desculparia com os outros irmãos, por está usando o telefone da firma sem a autorização de seus donos. Mas o caso era de
extrema urgência e, com certeza, eles iriam entender o porquê do “abuso”.
Depois de comunicar a policia o ocorrido, Agripino teve a segunda atitude
sensata do dia: comunicar o triste acontecimento á família do morto. A viúva do
seu César teve a seguinte reação ao ouvir o que o funcionário havia lhe dito. Ela
gritou para ele, vivida e loquaz: — Assassino!
(Em breve a segunda postagem. Será mesmo aquele humilde homem autor do brutal assassinato como a viúva afirmava?)
Sérgio Santal
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