sexta-feira, 24 de maio de 2013

DELICADO CASO DE AMOR E MORTE (02)

Bem, viúva mesmo a dona Dinorá nunca foi do seu César, mas, como rolava boatos de que aquela dedicada espécie de governanta era amante do senhor César Amarante Paz, por que não considera-la a viúva, naquele telefonema? Agripino tentava explicar, por telefone, que o autor do crime não tinha sido ele, já que se considerava um dos mais dedicados funcionários do falecido. Mas Dinorá só gritava ao telefone:
Assassino! Sua voz foi tomada de uma agonia animal, o que provocou mais piedade no seu Agripino do que raiva, já que o senhor de uns sessenta anos estava sendo, erroneamente, acusado de assassino, por aquela mulher. Dinorá havia deixado o aparelho telefônico cair sobre o sofá da grande sala e o seu Agripino pode ouvir o dialogo que aquela governanta travava com a filha do falecido patrão, a doce Clara. Dinorá tentava pronunciar o ocorrido mais tinha dificuldade de dizer... Seus olhos lacrimejavam e sua voz saiu tremula quando, enfim, conseguiu dizer:
Clara, meu anjo seja forte, pois o que tenho a lhe dizer vai cortar o seu coraçãozinho em pedaços...
E Clara aflita:
Fala Dinorá... a moça já pressentia o pior.
Seu pai... Ele... Foi encontrado morto hoje de manhã, lá na concessionária.
O comunicado foi fatal aos ouvidos da jovem e, mais fatal do que a nota de falecimento do pai foi à revelação seguinte:
E eu sei quem foi o autor do crime, filha.
E Clara quis saber:

— Quem? A jovem Clara perguntou temerosa e Dinorá ficou a olha-la, reunindo coragem dentro de si para contar o que sabia. 

(Aguardem a próxima postagem! Será mesmo que o pacato Agripino é o assassino do patrão César Amarante Paz ou tudo não passa de uma suspeita de Dinorá, movida pelo desespero?)

Sérgio Santal

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