segunda-feira, 26 de julho de 2010

UM AUTO-RETRATO (Parte 2)

Ele me disse:
- Oi!
E eu me apaixonei...
Sou assim:
Apaixonado,
não
apaixonável.

Sérgio Santal.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

"JÚLIA PETROVIT"


Num roupante de sábado, peguei o 284, na praça Tiradentes no Rio de Janeiro, e fui visitar minha amiga, Gabriella Slovick.
Falamos de muitas coisas e, como quase sempre, falamos tambem das dificuldades de se fazer literatura e ter o reconhecimento por isso.
Num dado momento, me queixei:
"Por que não nasci jogador de futebol, Gabi!"
E ela, ainda mais revoltada:
"E eu Sérgio? Por que não nasci Maria Chuteira!"


Nessa mesma noite ela me mostrou o original de seu livro de memórias "Eneida. A Mulher da Caverna", logo na primeira página sua genialidade me tomou de emoção:
"É fato. Quem não detem o conhecimento reafirma o catolicismo."
Recomendo a leitura deste livro, que está disponível para venda no site www.clubedeautores.com.br, para aqueles que admiram o trabalho desta sensível escritora e gostam de lê algo com pespectiva filosófica.
Todas as salvas de palmas para ti, Gabi!

Sérgio Santal





quarta-feira, 14 de julho de 2010

UM AUTO-RETRATO

Me analizando duramente, depois de uma troca de olhares que em nada deu, cheguei a uma conclusão, plauzível, á meu respeito:
Eu sou como uma obra de arte conteporânea. As pessoas sensíveis admiram as suas formas ousadas, suas cores confusas que não levam a lugar nenhum mas dizem tudo sobre o nada; mas nenhum desses amantes da arte de vanguarda tem coragem de levar essa pitoresca obra de arte para a sua casa e colocá-la num canto em sua sala, monstrando-a para as suas visitas.
Por tanto, essa obra de arte, bela em seus contornos estranhos, fica presa em um museu, morfando ao lado de uma múmia assexuada e de uma pintura expressionista assinda pelo Van Gogh.

Sérgio Santal

terça-feira, 6 de julho de 2010

MIL E UMA NOITE PARA UM SÁLARIO MÍNIMO

É surreal. Mil e uma noite vendendo jóia na TV, cobrando uma prestação de mil e 500 reais para um povo que vive de sálario mínimo e, quando muito, compra uma "biju" folheada a ouro para exibí-lo na festa de 15 anos da filha da dona Neide.
É um deboche: esmeraldas, ouro branco e topázios exibídos em horário nobre arrazando com a vida do pobre que vê um programa deste e acha natural. Eu não acho normal esse hábito de achar tudo natural para não ficar chato aos olhos dos outros.
Calmamente a apresentadora diz: - "Relógio de pulso Rolex, todo trabalhado em ouro branco, pelo melhor preço do mercado! Ligue agora que a promoção é finita!" Mal sabe a sem noção que, o povo desta nação compra relógio roubado na rua da Alfedega numa promoção infinita: 10,oo r$ para marcar o tempo.
Uma coisa me faria feliz neste sábado melancólico: um filme antigo, em preto e branco, ou até mesmo um faroeste para tirar do ar um programa tão Trash como esse que eu assisto por falta do "Altas Horas", que ainda não começou...
P.S: Mudo de canal e o que vejo no programa seguinte: Amaury Júnior, num cruzeiro em pleno ocêano atlântico, ao lado de uma perua de sociedade, fazendo propaganda de pró-seco frances. É por essas e outras perólas da nossa TV que eu leio livros.
Sérgio Santal